Resenha – Cidades de Papel

John Green é mesmo bom no que faz, esse não é o primeiro livro que leio desse autor, li “A culpa é das estrelas” que por sinal é meu favorito (em breve resenha aqui) e “O Teorema Katherine” que para ser bem honesta não curtir muito, mas todos esses livros tem uma coisa em especial: a escrita maravilhosa de Green.

“Pois é, eu sei. Não estou dizendo que se pode sobreviver a tudo. Pode-se sobreviver a tudo, exceto à ultima coisa." - Quentin

Foto: Dani Cruz

O livro Cidades de Papel, conta a história de Quentin Jacobsen e Margo Roth Spiegelman. Que quando crianças eram vizinhos, amigos e juntos costumavam se divertir. Um dia encontraram no parque o corpo já sem vida de um homem e isso instigou a curiosidade da menina, que parece adorar um mistério.

Agora mais velha Margo é uma jovem linda, popular, aparentemente feliz e não é mais amiga de Quentin, que apesar disso vive um amor platônico por sua ainda vizinha. Em uma noite como outra qualquer, ela invade o quarto de Quentin pela janela e o convida para uma noite de vingança (para ela) e aventura (para ele).

“O para sempre é composto de agoras.” - Margo

Apesar de relutar um pouco (bem pouco mesmo), Quentin embarca com Margo nessa incrível noite, as loucuras cometidas por ambos acorda algo dentro de Quentin, talvez seja a esperança de que daqui para frente as coisas entre ele e Margo mudem, porém quando a noite termina e a despedida acontece (foi muito fofos), o garoto não imagina o que os próximos dias prometem.

Margo então some, e como isso não está acontecendo pela primeira vez, os pais da menina que estão cansados das fugas dela decidem lavar as mãos e deixar a menina de lado, afinal agora ela é maior de idade e responsável por si mesma. Quentin não pensa assim e nem pretende desistir de encontrá-la, não agora que ele acredita que ela tenha deixado pista sobre seu paradeiro, especialmente para ele.

Junto com seus amigos Ben e Radar, ele encontra uma das pistas mais importante, um livro de poemas de Walt Whitman, com algumas frases destacadas de Canção de Mim Mesmo. E assim começa a busca de Quentin e seus amigos por Margo Roth Spiegelman.

“Não me cruzando na primeira, não desista, Não me vendo num lugar, procure em outro, Em algum lugar eu paro e espero você” – Canção de Mim Mesmo, Walt Whitman

O livro é sensivelmente profundo, John Green tem uma bela mensagem para nos passar e como sempre ele cumpriu o seu propósito, nos fazendo refletir sobre como todos nós criamos expectativas e ilusões sobre os outros, idealizando tanto uma pessoa que não nos damos ao trabalho de conhecê-la verdadeiramente.  

“Você ouvia as pessoas para enxergá-las, e ouvia todas as coisas horríveis e todas as coisas maravilhosas que elas faziam consigo e com os outros, mas, no final das contas, ouvir faz com que se exponha muito mais do que as pessoas a quem se estava tentando escutar” - Quentin

O livro tem seu lado divertido e como tem, eu ri alto em diversos momentos. Quentin, Ben e Radar formam um belo time. Juntos fazem o livro ser muito mais divertido e verdadeiro do que já é. Como eu disse, Green sabe mesmo o que faz.

“Cara, eu não estou nem um pouco a fim de falar dos sapatos que Lacey vai usar no baile. E vou explicar o motivo: eu tenho um negócio que me torna absolutamente desinteressado em sapatos de festa. E esse negócio se chama pênis” - Quentin

O título do livro tem muito a ver com o enredo da história, não tem como explicar sem soltar spoilers, então por isso e por todos os outros motivos já mencionados nessa resenha peço que leiam e descubram o quanto essa história pode ser especial.  

Bom não consegui dar cinco estrelas para esse livro, porque sempre existirá a velha comparação, e para mim não tem como deixar de comparar (tenho esse péssimo hábito, não consigo mudar) e “A culpa é das estrelas” me deixou uma marca profunda e até o momento nenhum outro livro de John Green me agradou tanto quanto ele.

Skoob: ★★★