Resenha - Reconstruindo Amelia

Reconstruindo Amelia é um livro que vai além do que todos os leitores pensam ao pegá-lo, ele não é só sobre uma menina que supostamente se suicidou. Ele é um livro que fala sobre amizade, família, amor, descobertas e dor.  É um livro envolvente e inteligente, você anseia por saber mais e mais, e as surpresas são instigantes.

Foto Amanda

A história começa quando Kate, mãe de Amelia recebe um telefone da escola Grace Hall, dizendo que sua filha dedicada, estudiosa e super comportada esta sendo suspensa por colar. Isso deixa Kate surpresa e desconfiada, pois apesar de não ter tanto tempo para estar com a filha, por causa do trabalho, Kate sabe o quanto a filha é dedicada aos estudos. Como ela poderia colar? Algo estava muito errado.

Ao chegar como de costume atrasada a escola, Kate encontra uma cena de caos, há policiais e ambulâncias na porta da escola e de repente seu coração de mãe começa a ficar apavorado. Quando ela vê de longe a cena de um corpo coberto ela entra em pânico e começa desesperadamente sua busca por Amelia. É ai que a noticia mais terrível  é dada a ela. Sua filha, sua menininha estava morta e tudo levava a crer que ela havia se matado.

"Toda noite em que conseguia pegar no sono, Kate sonhava que estava caindo – do telhado de Grace Hall, da janela de seu escritório, do alto de uma escada – e despertava sobressaltada pouco antes de bater no chão. E toda manhã, ao acordar, sentia a necessidade de ir até ao terraço, onde abria uma janela e se debruçava para o lado de fora, segurando-se do batente e olhando para baixo. Mas obrigar-se a ver o que Amélia vira nos últimos segundos vida nunca seria punição suficiente. Nada jamais seria punição suficiente.''

Kate estava arrasada e abalada, ficou nesse estado de torpor por um mês. Mesmo com sua cabeça gritando que algo estava errado, que não podia ser verdade, Amelia não se mataria. Kate por causa da dor, acaba aceitando a conclusão dada pela policia, que parecia não se importar em descobrir a verdade. Até que no dia em que ela resolve voltar a trabalhar, recebe um SMS anônimo e nele esta escrito: "Amelia, não se matou."  Kate então decide começar a investigar a morte da filha e com a ajuda de seu chefe-sócio Jeremy consegue com que o caso seja reaberto. Com a ajuda da policia ela começa a descobrir que sabia muito pouco sobre a filha e que a cada nova descoberta fica ainda mais claro que Amelia não tiraria a própria vida.

"Larguei o telefone, rolei na cama e peguei Rumo ao Farol. Não que eu precisasse reler para escrever o trabalho de inglês. Eu conhecia o livro praticamente de cor. Virginia Woolf era tipo minha heroína. Não por ter entrado num rio com pedras nos bolsos - embora, em se tratando de formas de se matar, ela até que tivesse estilo -, mas porque era loucamente talentosa e fora quem quisera ser, por mais que o mundo lhe dissesse para ser diferente." Amelia 

O livro intercala capítulos na terceira pessoa contando os fatos dos dias atuais onde Kate investiga a morte da filha e capítulos na primeira pessoa contatos por Amelia, onde vamos descobrindo o que aconteceu nas semanas anteriores a sua morte. O trabalho que a editora fez nesse livro é realmente incrível, temos SMS, facebook, trechos de um blog. Cada capitulo nos deixa mais e mais envolvidos, e não queremos largar o livro até descobrir o que aconteceu em cima daquele telhado. A autora realmente sabe o que esta fazendo, ela escreve de uma forma que nos levar a duvidar de todos os personagens, ninguém é inocente até que se prove o contrário. Em nenhum momento eu previ aquele desfecho, apesar de achar que o livro merecia um final mais dramático, acho que a autora conseguiu passar seu recado e concluir o livro sem deixar pontas soltas.

"Às vezes é difícil perceber a velocidade da corrente até você se ver no topo de uma cachoeira.''

Eu recomendo muito esse livro, não posso escrever mais pois posso acabar soltando algum spoiler ...rsrs. Leiam vale muito a pena !!!

Skoob: ★★★★