Resenha: Uma Razão para Respirar.

Uma razão para respirar é mais que um new adult, é um livro forte, envolvente e apaixonante. Emma Thomas perdeu seu pai quando tinha 10 anos e sua mãe não pode cuidar dela, pois não tem condições de cuidar nem de si mesma. Sendo assim sua guarda foi dada ao irmão de seu pai George, o problema é que sua esposa Carol não ficou nada feliz com a chegada de Emma.

Foto: Dani Cruz

Hoje aos 16 anos Emma é uma aluna exemplar, uma esportista sem igual e uma adolescente sem vida social. Mesmo tendo como melhor amiga Sara, a garota mais popular da escola, Emma só quer viver nas sombras e conta todos os dias quanto tempo falta para se livrar do inferno que é obrigada a chamar de casa.

"A culpa abriu a porta naquela noite e eu nunca seria o suficiente para merecer seu perdão pelo que eles nunca desejaram. Então, aprendi a arte da evasão e da superocupação. Não tão habilmente como eu gostaria, já que Carol estava sempre à espreita para me lembrar da minha falta de valor a toda oportunidade."

Na busca de se manter invisível Emma, se dedica a todas as atividades que puder na escola: joga futebol, basquete, faz aulas de arte e cuida do jornal. Mas o que Emma não podia prever era a chegada de um novo aluno, Evan Mathews, que logo no primeiro encontro vira seu mundo de cabeça para baixo. Já logo no primeiro dialogo dos dois é possível abrir um largo sorriso, eu amei esses dois.

“Ninguém nunca tentou se envolver comigo e me mantive sozinha. E assim as coisas deveriam se manter: seguras e simples. Como Evan Mathews conseguiu revirar completamente minha plana existência em apenas um dia?”

Os momentos mais difíceis desse livro são as partes em que a Emma, volta para casa. É tanta crueldade, tanta monstruosidade que me deu vontade de entrar no livro e resolver aquela situação. Rebecca Donovan, com toda certeza soube mexer com o leitor, quando estamos lendo ficamos imaginando se por acaso não conhecemos alguma Emma, alguém que esteja vivendo este inferno, mas é forte e determinada o suficiente para se manter invisível.

"Percebi que torcia minhas mãos trêmulas e as soltei,mas não consegui desatar o nó de minha garganta ou acalmar meu coração.Inspirei algumas vezes tentando me livrar do sentimento.Apoie-me em minhas pernas trêmulas e respirei novamente antes de sair do quarto,fechando a porta às minhas costas.”

Mesmo com as partes cruéis, a autora soube trabalhar muito bem o romance, a amizade e as descobertas de Emma. Conforme ela vai cedendo as investidas de Evan, ela começa a entender que sobreviver não basta, é preciso viver e viver plenamente cada segundo, porque nos nunca sabemos se o amanhã virá e se ainda teremos a oportunidade de fazer o que não fizemos.

“No equilíbrio entre o amor e a perda, seria o amor que me faria lutar para... Respirar.”

PS: Fiquei um pouco chateada com a quantidade de erros na tradução, espero que a editora se saia melhor com o segundo volume "Quase sem respirar" que esta previsto para Agosto, lançamento na Bienal.

Eu recomendo muito esse livro, e estou muito ansiosa para ler a continuação por que aquele final é realmente de tirar o fôlego.

Skoob: ★★★★